12 julho 2007

ESTÁ LA NA GLOBO.COM
Renan desiste e evita cartão vermelho
Deputados fizeram 100 cartões vermelhos para constranger Renan.Sem ele na presidência da sessão do Congresso, protesto teve de ser cancelado


O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), evitou o constrangimento de receber cartões vermelhos em plenário caso presidisse nesta quarta-feira (11) a sessão do Congresso que pretende votar a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO). Deputados confeccionaram 100 cartões para serem distribuídos no plenário e mostrados a Renan. O cartão vermelho caracteriza a expulsão num jogo de futebol.
O protesto foi cancelado após um acordo entre aliados de Renan e os deputados responsáveis pela manifestação.
O presidente do PMDB, deputado Michel Temer (SP), e o líder do governo na Câmara, José Múcio Monteiro (PTB-PE), procuraram os deputados Chico Alencar (PSOL-RJ) e Fernando Gabeira (PV-RJ) e disseram que Renan não iria presidir a sessão, mas pediram que o protesto não fosse feito na ausência dele. Gabeira e Alencar concordaram. "Não usarei a ausência dele para tripudiar. Não pretendo atrapalhar a votação da LDO", disse Gabeira. "O Renan não ocupa tanto nossa vida assim, não", afirmou Alencar. Parlamentares da oposição ameaçavam constranger Renan porque ele é acusado de receber ajuda de um lobista para pagar despesas pessoais e sofre um processo no Conselho de Ética por conta disso. A votação da LDO precisa ser concluída para que o Congresso entre em recesso a partir do próximo dia 18. Segundo o G1 apurou, Renan resistia a ficar fora da sessão e passar a função ao deputado Nárcio Rodrigues (PSDB-MG), primeiro vice-presidente da Câmara e do Congresso. Nas conversas que teve com Temer e Múcio, Renan foi avisado que correria risco de ser fortemente constrangido em plenário. Os dois, aliás, receberam um apelo do ministro das Relações Institucionais, Walfrido Mares Guia, para que convencessem Renan a não presidir a votação. O governo temia o adiamento da votação da LDO, fundamental para os gastos do orçamento da União. Temer e Múcio também passaram isso a Renan. Pressionado, o presidente do Senado cedeu e avisou que não presidiria a votação.

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