29 fevereiro 2008


Publicidade da saúde cai e da Presidência sobe
Proposta orçamentária reduz em 20% gastos do Ministério da Saúde, que teme impacto em campanhas de vacinação. Oposição promete ir à Justiça
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No ano em que, só nos dois primeiros meses, registraram-se mais de 35 mil casos de dengue e 33 de febre amarela, dos quais 17 resultaram em morte, os recursos previstos para publicidade de utilidade pública do Ministério da Saúde poderão diminuir 20%. Essa é a redução da verba de 2008, comparada à de 2007, segundo o Projeto de Lei Orçamentária Anual (LOA), aprovado ontem (28) pela Comissão Mista de Orçamento. Em compensação, a Presidência da República pode ter um aumento de 47%, para usar em publicidade no exterior.

Por meio de sua assessoria de imprensa, o Ministério da Saúde diz que a redução do dinheiro afetará suas principais campanhas, como a da dengue. A oposição considera o fato um “escândalo” e promete ir à Justiça. Cientistas políticos alertam para brechas que permitem uso eleitoral da propaganda oficial de ministérios comandados por pré-candidatos às prefeituras.


MENOS PARA A SAÚDE, MAIS PARA O PLANALTO
Valores autorizados para gasto

No entanto, a redução da verba para a saúde e o aumento para a Presidência ainda precisam ser confirmados com a aprovação do PLOA, que deve ser votado na próxima quarta-feira.
No orçamento de 2007, o Ministério da Saúde, pasta comandada por José Gomes Temporão (indicado pelo PMDB), teve a autorização para gastar R$ 94,7 milhões com campanhas de conteúdo informativo. Foram empenhados (reservados para gastar) R$ 60 milhões, valor que foi praticamente todo usado.
Mas, neste ano, os recursos minguaram. A pasta só terá autorização para gastar até R$ 75,6 milhões. Segundo o Ministério da Saúde, a redução irá gerar impactos nas principais campanhas previstas para 2008. Entre elas, as direcionadas à prevenção da dengue, à doação de órgãos, ao aleitamento materno, ao câncer de mama, à saúde do homem, ao abuso de álcool e à vacinação infantil e de idosos.

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